Evidentemente, essas mensagens não foram suficientemente claras. Elas geraram alguma confusão entre os usuários que sentiram que o Meta, a empresa proprietária do Facebook e Instagram, estava impondo novas regras a eles. Uma usuária francesa, por exemplo, expressa sarcasticamente: «Faça sua escolha, senhoras e senhores, entre ser espionado e bombardeado com anúncios ‘direcionados’ ou pagar uma assinatura a partir de €12,99 cada um». Outra voz acrescenta: «Bem, é oficial, se você não quiser assinar, sua única alternativa é ser espionado por todas essas marcas para fins comerciais e monitoramento de suas atividades».
Contexto Jurídico
Na realidade, desde o início, tanto o Facebook quanto o Instagram têm coletado esses dados pessoais para fins publicitários. A introdução da nova “assinatura paga” é principalmente uma resposta do Meta às ações legais em andamento na Europa, alegando que a empresa não está cumprindo as exigências do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR).
O Meta argumenta que essa iniciativa, aplicável aos usuários com mais de 18 anos da União Europeia (UE), Suíça e do restante da Área Econômica Europeia (Islândia, Noruega, Liechtenstein), visa cumprir a legislação europeia, preservando essencialmente seu modelo econômico. Alguns órgãos reguladores europeus de privacidade acreditam que o Facebook e o Instagram não estão aderindo a uma cláusula crucial do GDPR, que exige que as empresas obtenham o «consentimento informado» de seus usuários antes de coletar seus dados pessoais. O Meta sustenta há muito tempo que essas coletas são claramente mencionadas nos termos de uso de seus serviços, e já é possível, sem assinar uma assinatura paga, restringir os dados que a empresa coleta e usa para publicidade por meio de um menu dedicado. No entanto, os reguladores consideram essas medidas insuficientes.
CONCLUSÃO:
Em conclusão, a transição para opções de assinatura paga em redes sociais, conforme envisageada pelo Meta para o Facebook e Instagram, suscita grandes preocupações tanto em termos de proteção de dados quanto de aspectos legais. Enquanto o Meta afirma que essa iniciativa visa cumprir os requisitos do GDPR e manter seu modelo econômico, alguns reguladores europeus questionam a conformidade do Facebook e do Instagram com disposições-chave desse regulamento, especialmente aquelas relacionadas ao «consentimento informado» dos usuários para a coleta de seus dados pessoais.
A clareza das informações fornecidas aos usuários sobre a coleta de dados, a distinção entre ofertas pagas e gratuitas e como os usuários podem exercer controle real sobre seus dados continuam sendo pontos de atrito. Enquanto o Meta argumenta que essas informações já estão explicitamente mencionadas nos termos de uso, os reguladores acreditam que são necessários ajustes para garantir plena conformidade com as normas de proteção de dados.
Assim, a transição para um modelo pago levanta questões jurídicas significativas e destaca a necessidade de maior transparência e conformidade estrita com a legislação europeia de proteção de dados, apresentando desafios significativos para o futuro das redes sociais online.